O Observatório da Violência Contra a Mulher de Santa Catarina completou um ano nesta quinta-feira (31) e seus dirigentes agora priorizam sensibilizar os gestores municipais para combater a violência contra a mulher.
“Precisamos sensibilizar os gestores dos municípios em relação à violência contra a mulher, para que criem uma estrutura de informática com dados de suas realidades locais e dar acessibilidade a esses dados a todas as mulheres”, afirmou Teresa Kleba Lisboa, coordenadora do grupo de trabalho que implantou o Observatório, durante encontro realizado nesta quinta-feira, na Assembleia Legislativa.
Além disso, Teresa Lisboa observou a necessidade de comprometer o governo do estado com a manutenção do Observatório.
“O Observatório está previsto em lei estadual, mas é necessário que seja priorizado, garantindo dotação orçamentária para recursos materiais, humanos e financeiros”, pontuou Teresa, acrescentando que sem dinheiro não é possível monitorar e avaliar os dados de violência contra a mulher.
Luciane Carminatti (PT), coordenadora da Bancada Feminina, reconheceu a urgência de implementar um sistema integrado de informações sobre a violência contra a mulher e agradeceu o empenho das mulheres que integram os 37 conselhos municipais dos direitos da mulher.
“Sei o quão é desafiador lá no âmbito de cada município participar, ser membro de um conselho de direitos da mulher. O primeiro desafio é não ser uma extensão do poder municipal, tem de ser a representação da sociedade, tem de trazer essa diversidade de mulheres”, afirmou Carminatti, que citou o caso da representação feminina na Alesc. “Somos seis deputadas, mas cinco deputadas na Bancada Feminina. Não basta ser mulher, precisa defender as causas”.
Dirce Heiderscheidt (MDB), Ada de Luca (MDB) e Moacir Sopelsa (MDB), presidente da Casa, destacaram a passagem de um ano da criação do Observatório.
“Ainda é uma criança, está engatinhando, têm crianças de um ano que não conseguem andar, mas nosso Observatório vai se tornar um adulto autossustentável”, comparou Dirce.
“Um ano de Observatório, foi uma luta muito grande. A pauta feminina deve ser tratada todos os dias, não pode ser algo festivo, como desfile de moda, banquetes, uma coisa que sou convidada e que até mando um cartãozinho meio indelicado. Temos muito o que fazer, somos aterrorizadas pelos altos números de feminicídios e se não tratar a sociedade como um todo, não vamos a lugar nenhum, não é só briga de marido e mulher”, avaliou Ada.
“Seria melhor que a gente não visse os números que vemos e que vocês não precisassem estar aqui defendendo vossos direitos, mas se vocês não estiverem unidas e fortes, os direitos de vocês não vão acontecer”, indicou Sopelsa.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Rosaura Rodrigues, concordou com os representantes do povo.
“Estamos todas juntas para mudar a radicalidade que é a sociedade machista, não há mulher que não sofreu o assédio, a violência, mas está na hora de parar de chorar, está na hora de reverter isso, o Observatório coloca os números para os gestores públicos, para os deputados, prefeitos, vereadores, para todos”, declarou Rosaura.
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