Gibi Maria da Penha foi à escola!
Na segunda feira, 11 de setembro de 2023, poucos dias após terminar o Agosto Lilás,
a luta pelo fim da violência contra as mulheres continuou. A estudante de licenciatura e
bacharelado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Bruna
Busnello, juntamente com seu colega de curso Roberto Wiggers, ministraram a oficina
intitulada Violência doméstica em Quarto de Despejo: uma proposta de ensino de História
para a EJA. A oficina foi elaborada para a disciplina de Estágio Supervisionado em História
II e orientada pela professora Dra. Joana Vieira Borges.
A ação aconteceu nas turmas de segundo segmento, do núcleo Centro III de Educação
de Jovens e Adultos (EJA) de Florianópolis, na Escola Municipal Donícia Maria da Costa,
localizada no bairro Saco Grande. A proposta da oficina foi utilizar a obra literária Quarto de
Despejo, escrita por Carolina Maria de Jesus na década de 1950, como fonte para construção
do conhecimento histórico escolar para a EJA. Assim, foi realizado um debate que destacou a
omissão da justiça brasileira com casos de violência doméstica na longa duração do tempo
histórico, acordando com os papéis subjetivamente destinados às mulheres e aos homens na
sociedade patriarcal. Isto problematizado, foi levantado uma “linha do tempo” que abordou
sobre como as legislações se desenvolveram desde o Brasil colônia até os dias atuais. Neste
compilado, foi destacado a atuação dos movimentos de mulheres e feministas para a criação
das Delegacias da Mulher, da aprovação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio.
O Observatório da Violência Contra Mulher de Santa Catarina disponibilizou 70 gibis
da campanha “Maria da Penha vai à escola” para que fossem entregues aos estudantes. Este
material foi essencial para o funcionamento da oficina, pois auxiliou a demonstrar de uma
forma didática, lúdica e explicativa aquilo que estava proposto: destacar a importância da Lei
Maria da Penha para proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e como a
legislação pode atuar para proteger essas mulheres. Os estagiários receberam retornos sobre
os gibis, vindos dos/as estudantes, como: “adorei a história!”; “entendi como funciona a Lei
Maria da Penha por conta desse gibi”; “achei muito importante como os personagens vão à
luta” e ainda “Só conheci o 180 por conta deste gibi”.
Vale recordar que esta ação está amparada pela Lei nº 18.549 de 2022, que instituiu o
Programa Maria da Penha Vai à Escola na rede pública de ensino.
