Serão 252 prêmios, entre Iphone e Xbox 360, para vencedores do game
Iniciativa inédita no Brasil, idealizada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina em parceria com a startup New School, tem atraído centenas de jovens para discutir e refletir, de forma ágil e atrativa, um tema árido e urgente: violência doméstica contra as mulheres.
Sem custo nenhum, o estudante baixa o aplicativo e faz o curso online, em formato de série ficcional com enredo ágil e didático sobre relacionamentos abusivos e violência de gênero. Além do curso e da série, é um jogo – e é aqui está o pulo do gato do projeto – no qual o participante concorre a 252 prêmios, entre eles Iphone 12, Xbox 360, bicicleta, skate e chuteira. É a isca para atrair atenção, que se mantém com o desenrolar e os desafios do curso e da série, essa realizada por atores profissionais.
Qualquer pessoa pode fazer o curso, intitulado “o cuidado transforma: violência doméstica também é matéria de escola”. Entretanto, para concorrer aos prêmios, é necessário residir em Santa Catarina e ter entre 14 e 24 anos.
“É uma gamificação com intuito de conscientizar e sensibilizar os estudantes de Santa Catarina sobre um tema grave que impacta a vida de milhões de famílias”, explica João Anfilóquio Machado Júnior, coordenador de Planejamento do TJSC. “O mundo mudou e a gente precisa, a partir dessas incríveis ferramentas da inovação, romper nossas bolhas e falar de forma direta e atrativa com os jovens”, diz João.
Para um dos usuários do aplicativo – os comentários são públicos – os idealizadores “conseguiram unir educação com entretenimento de forma interessante, e ainda cativar os alunos com a possibilidade de ganhar prêmios com os cursos”. Segundo ele, “isso faz com que o estudo dê retornos de curto prazo e incentive até quem não teve uma relação boa com a escola”.
Todo o conteúdo desenvolvido no App foi supervisionado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), do TJSC, comandada pela desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho. “O aplicativo parte do nosso compromisso de promover uma cultura de respeito, igualdade e empatia, capacitando os jovens para se tornarem agentes das mudanças em suas comunidades”, diz a desembargadora.
Se alguém ainda duvida da importância de se discutir o tema, a estatística é um poderoso argumento. O Estado registrou, ano passado, um feminicídio por semana.